segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Perda e perca; penhor e penhora; seja e esteja.




















Final de ano, natal, ano novo. Não vou escrever sobre isso. Muita gente já escreveu. Aliás, li textos excelentes sobre esses temas. O Raul Nepomuceno, no http://www.ojardim.net/, e o Laurindo, no http://www.laurindo-fernandes.blogspot.com/, arrebentaram, mandaram muito bem escrevendo acerca desses assuntos. Recomendo a leitura dos textos. Quero falar sobre a língua portuguesa. Coisa rápida. Prometo. Gente, é muito comum as pessoas confundirem 'perda' e 'perca'. Veja bem: as duas palavras existem. Só que uma é substantivo e a outra é verbo. Sempre devo dizer 'perda total' ou 'perdas e danos' (substantivo). E quando uso 'perca'? Quando eu estiver conjugando o verbo perder. Veja: Senhor agricultor, não 'perca' (verbo) tempo, cuide de sua lavoura, pois, do contrário, certamente as 'perdas' (substantivo) virão durante as chuvas.
Outro probleminha que sempre percebo. 'Seje' e 'esteje'. Isso não existe. Nunca se deve dizer isso. Sempre será 'seja' e 'esteja', sempre, sempre. Portanto, devo dizer: Espero que seja desse jeito e desejo que estudo esteja bem.
Penhor e Penhora. As duas coisas existem, mas são institutos jurídicos diversos. Penhor é modalidade de garantia real, pela qual se dá um bem móvel em garantia de um débito contraído. Eu dou em penhor minha jóia. Referindo-se a penhor, é também correto dizer: Eu empenhei meu colar de diamante. A penhora é instituto de direito processual, que se dá numa ação de execução, a fim de assegurar o pagamento do débito assumido num título executivo. Desse modo, numa execução de um cheque ou de uma nota promissória, o oficial de justiça faz a penhora do bem. Devo dizer, assim, que o veículo (ou o computador, o terreno) está penhorado. Há pessoas que misturam as duas coisas e dizem que o bem está 'empenhorado' (Potrege, pai!). Isso é muito estranho. Espero ter ajudado. Um grande abraço e Feliz 2010!

9 comentários:

Loany Costa disse...

Então... Encontrar a motivação é parte do processo de evolução de um profissional brilhante como você e eu me sinto privilegiada por participar de tudo isso (risos). Mas o que me motivou a comentar foi perceber o quanto um pequeno post pode contribuir para o nosso crescimento.
Existem muitas coisas para se dar valor na vida, mas interessa-me ressaltar, especialmente, as que eu aprendo com você!


Obrigada por tudo, pelo carinho, pela sinceridade, pela preocupação, pelos conselhos e, principalmente, por existir na minha vida (sinceramente não vejo você fora dela). Saiba que sempre agradeço a Deus pela família maravilhosa que eu tenho e agora, por você.

Feliz Ano Novo!

Beijos

Raul Nepomuceno disse...

Em meio a tantas desilusões, tanto profissionais quanto pessoais, nem tenho palavras para descrever minha alegria ao encontrar pessoas de bem e que se dedicam a algo simplesmente porque isso é o que elas são.

Você é um professor. Um professor mesmo, não apenas alguém que "dá aulas", mas alguém que simplesmente não consegue deixar de contribuir (no que lhe for possível) para que aqueles que estão perto de você se tornem melhores e, por isso, não consegue deixar de compartilhar o que aprendeu. Nem conheço você, mas sinto orgulho. É como se fosse "da família", a família das pessoas de bem.

Muito obrigado pela lição, eu mesmo aprendi. Lembro que certa vez, numa aula de Direito Penal, dei um exemplo em que um objeto estava "empenhado", mas eu disse "penhorado". Agora não erro mais.

Um abraço, Fabrício, fique em paz!

Raul.

P.S. Muito obrigado também pelas visitas e também pelas referências constantes ao nosso humilde (porém limpo e honrado) Jardim.

Laurindo Fernandes disse...

Caro Fabrício, fico feliz ao vê-lo recomendar um texto meu. Também aproveito para agradecer as visitas e comentários em meu blog que igualmente me alegram. Muito obrigado.

Mais uma vez você nos dá essas dicas maravilhosas acerca do uso de nossa língua, que com o advento da internet, vem cada vez mais sendo mal tratada. Continue sempre nos presenteando com essas observações tão oportunas.

E claro, aproveito o ensejo para deserjar-te tudo de bom nesse novo ano que se inicia. Abraços e felicidades.

Gleise Horn disse...

Olá, Fabrício! parabéns pela iniciativa deste texto. O teu delicado alerta sobre os erros mencionados é importante, afinal, são erros muito comuns e que ferem nossos olhos e ouvidos. Peço licença para acrescentar ao que você disse, o juridiquês nosso de cada dia – são tantos os clichês, as redundâncias, os modismos e excessos – o uso desmedido do latim (pra quê? Puro tipo!), as mesmices, os pleonasmos, sem contar as 4349304 citações de doutrina e jurisprudência (por ninguém lidas), enfim, com mais limpidez e objetividade, o Direito ficaria mais bonito, vc não acha? Abraços, Feliz ano novo!

Fabrício Andrade disse...
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Fabrício Andrade disse...

Obrigado, Raul, pela visita a meu blog. Fiquei extremamente lisonjeado. Na verdade, nem acreditei. Já li várias vezes. Valeu, garoto! Quero mesmo me sentir da família. Espero um dia conhecê-lo pessoalmente. Quando eu for a Fortaleza, a gente combina de tomar uma 'gelada'. Tenha um maravilhoso 2010.

LuMa disse...

Ah, qto é bom ler textos que me fazem recordar o bom uso da língua portuguesa... Eu preciso deles, constantemente. Abraços.

Anônimo disse...

Rosangela Alves 3º "B" Direito

Prof. sempre tive duvidas quanto a "perca e a perda", com a sua explicação não esquecerei mais. Agora o "penhor e penhora" foi um aprendizado novo. Obrigada.

Fabrício Andrade disse...

Rosangela, que bom que visitou o blog. Maravilha! Eu é que agradeço por me prestigiar. E que bom ter esclarecido suas dúvidas. Um abraço.